Você toma seus medicamentos corretamente?
Entenda os riscos de interromper o tratamento e os impactos diretos na saúde do coração
“Parei porque já estou melhor!” Quem nunca ouviu ou já repetiu a frase acima? No consultório não é raro encontrar pacientes que ao atingirem os níveis adequados da pressão, por exemplo, entendem que não precisam mais continuar tomando os remédios indicados e simplesmente param, sem consultar ou conversar com o médico.
Entretanto, manter a rotina de medicamentos em dia é um compromisso importante, especialmente para quem convive com doenças crônicas. Quando falamos em saúde do coração esse cuidado se torna ainda mais crucial.
Problemas como diabetes, hipertensão, arritmias, doença arterial coronária, dislipidemias (colesterol e/ou triglicérides elevados) e cardiopatias exigem atenção contínua, com o uso de remédios que não são apenas paliativos: eles ajudam a controlar os sintomas, evitar complicações graves (entre eles infartos e AVCs – acidente vascular cerebral) e garantir mais qualidade de vida. Em muitos casos são inclusive necessários por toda a vida.
Mas infelizmente não é raro que pacientes esquecem doses, tomam em horários irregulares, fazem ajustes ou até interrompem o tratamento por conta própria. Algumas vezes por se sentirem melhor, por acharem que é muito medicamento ou até na tentativa de encontrar outras opções. Atitudes que podem colocar a saúde em risco e ter consequências graves.
Por que é tão importante seguir corretamente a prescrição médica?
Seguir à risca as orientações do seu médico não é apenas uma formalidade — é uma estratégia vital para manter a estabilidade do organismo. A adesão ao tratamento ajuda a evitar picos de pressão arterial e alterações na frequência cardíaca, situações que podem evoluir rapidamente para quadros de emergência.
Além disso, manter os níveis de colesterol e glicemia sob controle reduz significativamente o risco de degeneração ou obstrução das artérias coronárias e eventos cardiovasculares graves. Outro ponto fundamental é que, com o uso correto e constante da medicação, o coração e os vasos sanguíneos funcionam de forma mais eficiente, o que contribui para a prevenção de doenças silenciosas e muitas vezes fatais.
A regularidade também favorece uma resposta terapêutica mais eficaz, já que o corpo se adapta melhor ao tratamento contínuo e os resultados tendem a ser mais duradouros.
O que dificulta a adesão ao tratamento medicamentoso?
Diversos fatores podem comprometer a adesão ao tratamento, mesmo entre pessoas que entendem a importância de cuidar da saúde. Um dos motivos mais comuns é o esquecimento, muitas vezes associado a uma rotina atribulada, que dificulta manter horários fixos para a medicação. A falta de compreensão sobre a própria doença ou sobre como os remédios atuam no organismo também contribui para o abandono ou uso irregular do tratamento.
Os efeitos colaterais são outra barreira frequente: quando o paciente experimenta reações adversas, pode decidir por conta própria interromper o uso, sem conversar com o profissional de saúde. Nessas situações, principalmente se o retorno programado não estiver próximo, o recomendado é entrar em contato imediatamente com o médico e relatar a questão.
O custo elevado dos medicamentos, especialmente em tratamentos prolongados ou com múltiplas prescrições, também tende a inviabilizar a continuidade. Outro fator comum é a sensação de melhora. Muitos pacientes, ao notarem redução nos sintomas, acreditam que já estão curados e interrompem o uso dos remédios, o que compromete o controle da doença.
Por fim, a chamada polifarmácia — o uso simultâneo de vários medicamentos — pode gerar confusão, aumentar o risco de interações medicamentosas e reduzir a motivação para seguir corretamente o tratamento.
Você se identifica com algum desses pontos? Reconhecer essas dificuldades é o primeiro passo para enfrentá-las. Com acompanhamento adequado e estratégias de apoio, é possível superar os obstáculos e garantir o efeito desejado.
Estratégias
Os cuidados com a saúde cardiovascular dependem de constância, conhecimento e disciplina. Lembre-se: prevenir é sempre melhor (e menos custoso) do que tratar as complicações. Se tiver dúvidas sobre sua prescrição, converse com seu médico. Se você tem dificuldade para lembrar dos horários ou das doses, vale a pena adotar estratégias práticas, como o uso de alarmes, organizadores semanais ou aplicativos de lembrete.
Além disso, tomar o remédio no horário recomendado é tão importante como consumi-lo na dose certa. Isso porque alguns medicamentos são melhor absorvidos pelo corpo em determinados momentos do dia. Fica o alerta: cuidar do coração é um compromisso diário!