13 sinais de alerta para problemas no coração
Sintomas que nem sempre nos atentamos, mas que podem ter relação com a saúde cardíaca
Quando falamos em sintomas relacionados a problemas cardiovasculares, não podemos deixar de lado a dor no peito. De fato, o desconforto na região do tórax, também conhecido como angina, é o sinal de alerta mais comum de uma complicação relacionada à saúde do coração.
A dor no peito surge como uma pressão forte, sensação de dormência ou aperto, que pode irradiar pelos braços, pescoço, mandíbula ou costas, e durar de forma aguda por alguns minutos ou ir e vir, como ondas. Porém, está longe de ser a única maneira de o nosso corpo indicar que algo não vai bem com o funcionamento do órgão.
Muitas vezes os indícios são sutis, menos óbvios e até difíceis de associar com as doenças cardíacas. De modo geral, são sinais pouco conhecidos ou que se confundem com outras questões.
- Tosse persistente
De modo geral, a tosse é prontamente associada a uma gripe ou resfriado. Entretanto, quando se torna persistente ou crônica, em especial sem uma causa que a justifique, é necessário investigar. A tosse pode ser um indicativo de problemas sérios no coração.
Uma tosse de longa duração e com produção de muco é um dos alertas para insuficiência cardíaca. Isso ocorre porque, se o coração não estiver funcionando adequadamente, sobretudo quando estamos deitados, é possível haver um aumento do retorno de sangue aos pulmões, o que resulta na congestão pulmonar e estimula o sintoma.
O mau funcionamento da válvula mitral ou uma deficiência no bombeamento de sangue pelo ventrículo esquerdo também pode causar acúmulo de líquidos nos alvéolos e brônquios e, por consequência, a insuficiência respiratória, que tem início com respiração intensa e tosse.
- Dor na garganta, machucados ou lesões na boca
Por si só, uma dor na região da garganta não terá relação com a saúde cardiovascular, sendo mais frequentemente causada por questões musculares, gripes ou resfriados. Contudo, uma dor ou pressão no centro do peito que irradia para a garganta ou mandíbula pode ser um sinal do corpo para um ataque cardíaco iminente.
Além disso, nem todo mundo sabe, mas é provável que problemas na gengiva, como a gengivite, machucados ou lesões na boca, provoquem muito mais do que mau hálito e até a perda dos dentes.
Se não tratados de maneira adequada, podem levar a complicações envolvendo o coração e os vasos sanguíneos. Quando ocorrem de forma crônica, aumentam as chances de inflamações em artérias do corpo, principalmente as coronárias. A obstrução dessas artérias tem como resultado a doença arterial coronária.
- Alterações na pele
Pequenas manchas de gordura ou bolsas amareladas, normalmente, nas pálpebras, nádegas, cotovelos e joelhos devem ser um sinal de atenção. Chamadas de xantomas ou xantelasmas, elas não afetam diretamente a saúde, porém, são indicativos de um possível acúmulo de colesterol de forma tão elevada que os vasos sanguíneos, não mais capazes de contê-los internamente, começam a liberar sob a pele.
Diante desse cenário é preciso investigar se os vasos necessitam – urgentemente – de tratamento, uma vez que é provável que já estejam afetados pela aterosclerose (acúmulo de placas de gordura nas artérias), o que pode ter consequências cardíacas graves.
Além disso, mudanças na coloração dos dedos dos pés, inicialmente avermelhada que seguem para uma tonalidade azul ou arroxeada, são um indício da má circulação do sangue, quadro que pode evoluir, inclusive, para uma isquemia (diminuição da passagem de sangue pelas artérias). Eventos agudos de isquemia se manifestam quando, além da cor, subitamente o pé fica esbranquiçado e com baixa temperatura (ou sensação de frio crônico).
- Fazer mais xixi do que o normal
A nictúria, nome dado à necessidade de urinar durante a noite, pode ser causada por diabetes ou insuficiência cardíaca. Quando provocado pelo diabetes, isso se deve a alterações nas taxas de açúcar no sangue. Já a insuficiência cardíaca faz com que o indivíduo retenha mais fluídos, uma vez que a circulação não funciona direito, e esse líquido precisa ser eliminado pela urina.
- Tonturas e desmaios
Situações em que o fluxo sanguíneo ao cérebro é inadequado podem acarretar em alterações de consciência, tonturas e até síncope ou desmaios. No caso do coração, isso pode ser resultado de problemas de ritmo cardíaco (arritmias), pressão arterial baixa ou insuficiência cardíaca. Doenças da válvula aórtica, com efetivo estreitamento do orifício, levam ao aparecimento desses sintomas, principalmente ao estresse ou esforço físico.
- Indigestão, náuseas e vômitos
Podemos apresentar sintomas assim por muitas razões que nada tem a ver com o coração. Em um primeiro momento essas sensações nos remetem a questões digestivas, viroses e até a possibilidade da ingestão de um alimento estragado. Entretanto, é importante estar ciente que podem ser um alerta de outras complicações, inclusive sinais de um infarto.
Os sintomas surgem quando há o mau funcionamento do coração no lado direito, por uma alteração anatômica da válvula tricúspide ou pelo aumento da resistência das artérias do pulmão, conhecida como hipertensão arterial primária. O problema gera um aumento do fígado ou ainda o acúmulo de líquidos em volta do órgão e dos intestinos, o que interfere na digestão. Esses indícios podem ainda ser seguidos por queimação e dores abdominais.
- Falta de ar
Aquela pessoa que, mesmo sem ter realizado nenhum grande esforço físico, já chega ofegante, com dificuldade de respirar, puxando o fôlego ou até mesmo com falta de ar ao falar, pode estar revelando mais um sinal de doença no coração – e em grau avançado de comprometimento.
A falta de ar é uma consequência do mau funcionamento dos pulmões ou do coração. Quando relacionada ao coração, o problema está no seu desempenho ao bombear o sangue pelo lado esquerdo. Isso pode ocorrer devido a uma disfunção das válvulas ou por doença avançada da musculatura do ventrículo esquerdo, acarretando acúmulo de sangue nos pulmões e a possibilidade de extravasamento desse sangue nos alvéolos pulmonares, inclusive com quadro agudo de insuficiência respiratória (congestão pulmonar).
A falta de ar também é um sintoma comum de insuficiência cardíaca. Nos estágios iniciais da doença, muitas pessoas se sentem sem fôlego após exercícios ou ao realizar tarefas que exigem mais do corpo. No entanto, se o quadro avança, a sensação de falta de ar pode se tornar corriqueira mesmo durante atividades do cotidiano, como caminhar ou tomar banho.
- Cansaço repentino e excessivo
Esgotamento ou cansaço extremo acompanhado de indisposição, sem uma razão que justifique, é outro sinal de alerta. Quando o coração está fraco ou dilatado, não bombeia o sangue com eficiência para pulmões e músculos, causando a fadiga. O sintoma pode vir acompanhado de falta de ar, principalmente ao realizar esforços físicos – mesmo que leves.
Esse é um indício de inúmeras doenças cardíacas, como as arritmias (entre elas a fibrilação atrial), doenças valvares, insuficiência cardíaca em fase inicial e a hipotensão arterial (diminuição da pressão arterial). Grande parte dos casos de infarto, por exemplo, semanas antes são precedidos dessa sensação de cansaço.
- Frios constantes nas mãos e pés
Em portadores de hipertensão arterial isso pode ocorrer pela diminuição da circulação do sangue nas mãos e pés por mecanismos de vasoconstrição. No caso de insuficiência cardíaca, o corpo prioriza o direcionamento do sangue quente para o cérebro e outros órgãos vitais, dessa forma, extremidades como mãos e pernas acabam sofrendo as consequências.
- Inchaços
O inchaço, em particular de pernas e pés, ocorre por diversas razões, incluindo até mesmo o calor em excesso. Mas, quando constantes, também são indicadores de complicações cardiovasculares graves. O surgimento de inchaços nessas regiões pode revelar alterações no bombeamento do sangue pelo coração: provavelmente o sangue não está retornando de maneira adequada ao órgão, ficando assim acumulado – as pernas e pés são regiões que costumam ser as mais afetadas por conta da gravidade.
Se o aumento de tamanho acontece de forma bilateral (ou seja, em ambos os pés ou pernas), o órgão aparentemente está com sua dinâmica comprometida. Como perde a força necessária para fazer com que o fluido circule, ocorre a retenção de líquido, responsável pelo inchaço. Em situações assim, o problema acontece devido a um enfraquecimento do músculo do coração, no geral, em decorrência de uma insuficiência cardíaca.
Outras possíveis causas: alterações na circulação venosa (como varizes ou uma pequena trombose), doença valvar avançada (com mau funcionamento das valvas mitral e tricúspide) ou até uma doença pulmonar avançada.
- Transpiração ou suor frio
Suar demais ou suar frio, independente da temperatura ambiente e sem razão óbvia, deve ser considerado outro indício que merece atenção. Para portadores de diabetes esses sintomas são geralmente mais familiares, sobretudo para aqueles que utilizam a insulina para controlar a hiperglicemia e que acabam desenvolvendo quadros de hipoglicemia (baixa concentração de glicose no sangue). O suor frio e a sudorese intensa também aparecem frequentemente em casos de infarto agudo do miocárdio.
- Ganho de peso injustificado
Pessoas portadoras de cardiopatias graves, como a insuficiência cardíaca, apresentam, como já dito, retenção líquida, umas vez que nesses casos o coração não consegue manter o bombeamento de sangue adequado. Essa deficiência do músculo cardíaco dificulta a chegada normal do volume de sangue a ser filtrado pelos rins, causando o acúmulo de líquidos no corpo e, consequentemente, o ganho de peso sem razão aparente.
- Calvície
A calvície pode afetar qualquer pessoa e, de modo geral, está ligada à genética. No entanto, diversos estudos sugerem uma provável relação entre calvície e o risco aumentado de problemas cardíacos, em especial quando ocorre de forma prematura ou rápida em homens.
Especificamente, pesquisas indicam que indivíduos do sexo masculino com calvície do tipo coroa, aquela no qual o cabelo cai apenas no topo da cabeça, têm um risco maior de sofrer um infarto. Isso pode ocorrer devido a um comprometimento das artérias pela doença arterial coronária.
É importante reforçar que não é apenas a presença de calvície que determina o risco, mas sim um possível fator comum entre indivíduos com essa condição e aqueles que com questões cardiovasculares. Portanto, a calvície por si só não causa problemas cardíacos, mas ela pode ser um sinal de risco aumentado, justificando a importância de uma avaliação mais detalhada em homens que apresentam esse padrão de perda de cabelo.
Atenção e prevenção constantes
Importante ressaltar que os sintomas variam de acordo com o tipo e estágio das doenças e se manifestam de forma distinta em cada organismo – temos que considerar quadro clínico, idade, sexo, genética, histórico familiar e fatores de risco, por exemplo.
Por isso, é essencial monitorar os sinais que o corpo nos envia, mas também manter em dia avaliações médicas e exames periódicos, assim como cuidados preventivos a fim de evitar complicações e agravamentos na saúde cardiovascular.